A edição 2025 do 3D Printing Industry Executive Survey traz insights valiosos sobre o futuro da Manufatura Aditiva (MA). Com previsões de mais de 40 especialistas globais, o relatório traça um panorama do que esperar até 2030.
Entre os principais debates, surgem questões intrigantes: estamos em um ponto sem retorno? O ritmo da inovação desacelerou a ponto de tornar a impressão 3D “monótona e sem brilho”? Se sim, isso pode ser um sinal positivo—uma oportunidade para que os usuários finais escalem sua produção com segurança, sem o receio de investimentos rapidamente obsoletos.
A automação e a inteligência artificial despontam como forças propulsoras, acelerando a evolução do setor. Até 2030, o mercado de impressão 3D deve ultrapassar US$ 40 bilhões, com uma adoção crescente pela indústria tradicional. Um exemplo claro é o setor de fundição: estima-se que 40% das empresas adotarão a MA nos próximos anos.
Além disso, a expansão da paleta de materiais e a queda nos custos de peças metálicas e poliméricas tornarão a impressão 3D altamente competitiva com a moldagem por injeção, viabilizando até lotes acima de 100.000 unidades.
Outro avanço esperado é o surgimento de máquinas verdadeiramente abertas, promovendo maior interoperabilidade e integração ao ecossistema industrial. Um especialista do setor prevê o fim das “falsas open source”, incentivando fabricantes a adotarem abordagens mais ousadas.
E a impressão 3D nos lares? Há quem acredite que essa revolução finalmente chegará ao consumidor final. Outros temas em ascensão incluem a impressão multi-material, a evolução das impressoras inkjet 3D e o crescimento dos eletrônicos fabricados aditivamente.
Mais da Pesquisa Executiva da Indústria de Impressão 3D 2025:
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A Próxima Década: Quais são as previsões de longo prazo para o setor?
Dr. Jeffrey Graves, Presidente e CEO da 3D Systems
No longo prazo, a MA se integrará plenamente à produção em indústrias de alta confiabilidade e mercados de consumo. Isso será impulsionado por:
- Sistemas de impressão mais confiáveis;
- Portfólios expandidos de materiais;
- Facilidade de uso via automação e integração a sistemas fabris.
Glynn Fletcher, Presidente da EOS North America
Após um período de incerteza, o setor está em ascensão. Casos de uso bem-sucedidos comprovam o valor da tecnologia, e pioneiros colherão retornos crescentes.
Bart Van der Schueren, CTO da Materialise
Nos próximos 5-10 anos, aplicações inovadoras alcançarão produção em escala. Exemplos como o bico de combustível da GE (12 anos de desenvolvimento) e implantes craniofaciais da Materialise ilustram o “ponto sem retorno” da MA. Empresas que ignorarem a tecnologia ficarão para trás.
Ric Fulop, Fundador e CEO da Desktop Metal
Certificação de peças será simplificada, especialmente em defesa. Máquinas abertas e padronização de processos qualificarão novos materiais com agilidade.
Dr. Karsten Heuser, VP de MA na Siemens AG
A MA se tornará uma tecnologia-chave em mais de 10 indústrias, de peças sob demanda a produção seriada. Consolidação de mercado e protagonismo chinês são tendências. O setor atingirá €40 bilhões até 2030, com foco na circularidade.
Harshil Goel, CEO da Dyndrite
O setor se tornará “mais monótono”, mas isso é positivo: processos padronizados substituirão máquinas com comportamentos imprevisíveis.
Louise Callanan, Diretora de MA na Renishaw
Sustentabilidade e medicina personalizada impulsionarão a adoção da MA, com implantes biomédicos complexos e materiais inovadores.
Paul Gradl, Engenheiro da NASA
A MA revolucionará a exploração espacial, com novos materiais resistentes a ambientes extremos e manufatura in-situ usando recursos lunares.
Slobodan Ilic, da BLT Europe
Automação total pós-impressão (tratamento térmico, usinagem) e monitoramento de qualidade em tempo real serão críticos para escalar a produção metálica.
Sascha Rudolph, da Equispheres
Programas de produção de 10.000+ unidades emergirão em 5 anos, e 100.000+ em uma década, comprovando a viabilidade econômica da MA.
Dr. Max Siebert, CEO da Replique
Inventários digitais se tornarão sistemas centrais de controle, integrando produção, garantia de qualidade e proteção de propriedade intelectual.
Henrik Lund-Nielsen, da COBOD
A impressão 3D de concreto se tornará comum na construção civil, com aplicações em habitação, data centers e infraestrutura.
Marleen Vogelaar, CEO da Shapeways
A MA se integrará a ecossistemas digitais, combinando IA, IoT e robótica. A impressão 3D deixará de ser um “setor” isolado, tornando-se parte da transformação industrial.
Brad Rothenberg, CEO da nTop
Aplicações como motores de foguetes e trocadores de calor se normalizarão. Empresas norte-americanas competirão com fabricantes chineses genéricos.
Gene Eidelman, da Azure Printed Homes
Até 2030, a impressão 3D será adotada massivamente na construção civil, com bairros inteiros impressos e materiais bio-based revolucionando setores.
Professor Joshua Pearce, Western University
Empresas “falsamente open source” desaparecerão. O verdadeiro sucesso virá de comunidades colaborativas, que democratizaram o acesso à tecnologia.
Até 2030, a impressão 3D transcenderá o status de tecnologia emergente, tornando-se parte integrante das cadeias produtivas globais. Com avanços em materiais, automação e sustentabilidade, o setor enfrentará consolidação, protagonismo asiático e integração profunda com IA. A chave estará em aplicações focadas, ecossistemas digitais seguros e modelos de negócios que priorizem resultados tangíveis — redução de custos, resiliência e personalização em escala. A revolução aditiva, enfim, alcançará a maturidade.
Fonte: 3dprintingindustry.com